O Journal of Zoology da Zoological Society of London acaba de publicar um estudo acerca da reprodução e imunidade em sacarrabos (Herpestes ichneumon), cuja autoria é repartida entre dois investigadores do Departamento de Biologia & CESAM da Universidade de Aveiro (Victor Bandeira e Carlos Fonseca), em parceria com investigadores de outras universidades e institutos de investigação.
Além dos dois investigadores da Universidade de Aveiro, o estudo contou com a colaboração dos investigadores da Universidad Rey Juan Carlos (Emílio Virgós), do Leibniz Institute for Zoo and Wildlife Research e Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (Alexandre Azevedo) e da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (Mónica V. Cunha).
Neste estudo são colocadas em evidência as respostas científicas às preocupações e dúvidas da atividade cinegética, do mundo rural e da sociedade civil em geral sobre a atividade reprodutora do sacarrabos acerca do número de ninhadas/ano, o número de crias geradas, entre outras questões pertinentes que afetam diretamente esta espécie e o seu estatuto.
Este estudo identificou os períodos reprodutivos, de gestação e de lactação da espécie, determinou o tamanho da ninhada e analisou os padrões reprodutivos. Os resultados sugerem que as fêmeas são responsáveis pelo timing da reprodução, enquanto os machos estão ativos todo o ano. Além disso, os resultados sugerem que a espécie demonstra uma associação tendenciosa entre sexos, entre reprodução e imunidade, que não é afetada pela condição corporal, sugerindo um trade-off entre reprodução e imunidade nos machos. Nas fêmeas, onde a massa dos órgãos reprodutivos e de imunidade estão positivamente correlacionados, esse trade-off parece estar ausente.
Link de acesso ao artigo:https://zslpublications.onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/jzo.12842