O espetáculo de dança “Lowlands”, uma criação de Hélder Seabra para a Companhia Instável, vai subir ao palco do Cineteatro Alba, em Albergaria-a-Velha, este sábado, dia 30, às 21h30.
“Lowlands” designa uma área onde a terra está próxima ou abaixo do nível do mar. Refere-se também à teoria de Freud, que compara a mente a um icebergue — flutua com um sétimo do seu volume acima da água, a única parte visível.
Neste espetáculo para oito intérpretes, Hélder Seabra mergulha abaixo do nível do mar, na “mente inconsciente”, e guia os artistas e o público numa viagem através da “sala de espera mental”, onde os pensamentos permanecem até conseguirem atrair o olhar do consciente. Ressurgem instintos primitivos (desejos, medos, vontades, crenças, ansiedades, entre outros) e impulsos mantidos à distância, não dissimulados pelos maneirismos da etiqueta para adultos. A fisicalidade ligada ao inconsciente torna-se a personagem principal; o corpo o seu recurso.
Num encontro entre pessoas num “espaço vazio”, a procura por uma essência comum poderá facilitar uma visão mais profunda da nossa vida quotidiana e da nossa identidade pessoal e coletiva.
Com uma estrutura que se redefine a cada criação, a Companhia Instável convida anualmente, desde 1999, um coreógrafo de renome internacional para criar uma obra original. O projeto gera uma vitalidade com repercussões múltiplas na valorização profissional de intérpretes e também no desenvolvimento artístico e cultural do património coreográfico.
Ao longo dos anos, foram criadas obras de coreógrafos como Wim Vandekeybus, Rui Horta, Madalena Victorino, Karine Ponties, Pedro Carvalho, Victor Hugo Pontes, Hofesh Shechter, Joana Providencia, Tiago Rodrigues, Gregory Maqoma, Emmanuelle Huynh, Cia 7273, Mafalda Deville, Willi Dorner, Roberto Olivan, Helder Seabra e, mais recentemente, São Castro e António M Cabrita, que contribuíram amplamente para o desenvolvimento de mais de uma centena de intérpretes selecionados por audição.
