A Fapagueda – Federação das Associações de Pais do Concelho de Águeda promoveu, em parceria com a Câmara Municipal de Águeda, na passada quinta-feira, no GICA, uma Feira de Profissionais, numa iniciativa que pretendia levar até aos alunos do 12.º ano das escolas Marques de Castilho (ESMC) e Adolfo Portela (ESAP) um conjunto de profissionais de vários quadrantes para esclarecer dúvidas e ajudá-los a tomar a decisão das suas vidas: que futuro profissional escolher.
A ideia partiu daquele estrutura representativa dos pais, fruto da demonstração por parte de alguns alunos da confusão que sentem em relação ao que querem seguir, tanto do ponto de vista académico como profissional. “Quando os miúdos levantaram esta preocupação começou logo a pensar-se nesta atividade”, explicou Cristina Cruz, presidente da Fapagueda, acrescentando que mais do que uma feira de profissões, em que “instituições e empresas tentam ‘vender’ as suas necessidades em termos de captação de alunos e de trabalhadores, quisemos mesmo ir ao encontro dos interesses dos alunos e trazer até eles profissionais para esclarecer as suas dúvidas”.
Naquela que foi a 1.ª Feira de Profissionais de Águeda (que contou ainda com o apoio do Agrupamento de Escolas de Águeda Sul, da ESAP e da Associação Empresarial de Águeda), estiveram presentes mais de 40 pessoas de vários quadrantes, desde jornalismo, relações públicas, enfermagem, engenharia industrial ou mecânica, medicina, fisioterapia, direito, etc., a falar com os estudantes que iam “rodando” entre profissionais a esclarecer as suas dúvidas e a inteirar-se do dia a dia de cada profissão.
“Apostamos muito na educação e este é um desses exemplos”, sublinhou Marlene Gaio, Vereadora da Educação da Câmara de Águeda, que esteve presente na iniciativa e incentivou os alunos a percorrerem os vários espaços para conhecerem melhor o que cada profissional faz. “O município quer ser muito mais do que um gestor de edifícios ou do pessoal não docente, de cantinas e de AEC’s. Esta aposta na educação não formal, na dotação de uma série de ferramentas para que os alunos possam fazer as suas escolhas, como o caso desta feira, é algo a que damos especial enfoque”, frisou, defendendo que, assim, “os nossos alunos conseguirão, de uma forma muito mais clara e assertiva, escolher aquilo que querem fazer no seu futuro”.
Tal como referido, esta é uma das apostas do Município na educação não formal, a par de outras como as que são disponibilizadas no Centro de Juventude e no ALL (Águeda Living Lab), “que permitem aos alunos experienciar atividades para além da educativa, fora da sala de aula, que lhes dão uma noção de realidade e que pode contribuir ativamente para a construção do seu futuro”, declarou Marlene Gaio.
Para Alexandre Rocha, agente principal da PSP de Aveiro, este tipo de iniciativas “é extremamente importante para dar a conhecer as várias profissões e até outro tipo de atividade que as pessoas podem abraçar”, sublinhando que é também uma oportunidade para mostrar aos mais jovens e ao público em geral “as várias valências e dinâmicas que existem na PSP e tentamos, de alguma forma, incentivar a escolher e esclarecer as dúvidas que possam ter acerca da nossa profissão”.
Ana Rita Coelho, interna de medicina geral e familiar, salientou a importância destas ações que permitem “dar respostas práticas e concretas às dúvidas que têm quanto às profissões, às expetativas que criam e que muitas vezes não correspondem à realidade”. Isso mesmo frisou ainda Bruno Saldanha, engenheiro industrial, para quem esta iniciativa permitiu demonstrar como funciona o mercado de trabalho.
Os alunos mostraram-se satisfeitos com a oferta disponível e com a partilha de informação. “Tendo em conta que, dentro de poucos meses, vamos tomar a nossa decisão quanto ao curso que vamos tirar ou que carreira seguir, este contacto direto com os profissionais é muito importante”, declarou Marta Fernandes, da ESMC.
Foi precisamente uma conversa com um dos profissionais presentes, de engenharia mecânica que ajudou João Granjeia, da ESAP, a consolidar a sua escolha. “Estou a pensar entrar em engenharia mecânica, estive a falar com o profissional da área e ajudou a ter uma ideia mais clara”, disse.
O diálogo com os diferentes profissionais ajudou também os indecisos. “Estou muito na dúvida”, confessou Camila Lima, da ESAP, sublinhando que os alunos sabem “o nome das profissões, mas não têm ideia do que as pessoas fazem na prática” e que esta iniciativa ajudou a conhecer melhor o que cada um faz efetivamente. “Ainda estou muito indeciso, ouvi o que queria e isto está a ajudar”, declarou também António Sena, da ESMC.
Para além de esclarecer as dúvidas, a Feira de Profissionais foi uma ferramenta para dar a conhecer “o mercado de trabalho que nos espera e diminuir as opções para escolher melhor o que queremos fazer”, frisou Carlota Figueiredo, da ESAP.