Com o objetivo de estabelecer um Plano de Ação para a Amêijoa-japonesa, o Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE-UL) reuniu recentemente diversas entidades nacionais e regionais na sede da Associação de Pesca Artesanal da Região de Aveiro (APARA) na procura de contributos para uma gestão efetiva do recurso.
O MARIA – Movimento de Amigos da Ria de Aveiro esteve representado nesta reunião através do Vice-Presidente da Direção Paulo Amaral.
Após apresentação dos resultados do projeto NIPOGES obtidos para a Ria de Aveiro, o encontro gerou um debate muito interessante entre os participantes, onde ficaram registadas preocupações com diversos aspetos da comercialização destes produtos, como os modelos de declarações de apanha e o facto de serem desajustados em alguns casos particulares, devido à distância entre a lota e os locais de apanha.
Os circuitos ilegais de apanha e comercialização de amêijoa-japonesa na Ria de Aveiro foram reconhecidos por todos os presentes, tendo-se discutido a necessidade da adoção de medidas mais eficazes de controlo e fiscalização.
Foi discutida igualmente a necessidade de redefinir os procedimentos a adotar pelas autoridades de fiscalização em situações de apreensão de amêijoa-japonesa capturada e/ou comercializada de forma irregular, não sendo atualmente permitida a devolução ao meio natural de espécimes incluídas na Lista Nacional de Espécies Invasoras, o que muitos reconheceram ser eticamente questionável.
Também a qualidade da água na Ria de Aveiro foi motivo de preocupação por parte dos operadores, tanto pescadores como aquicultores, que questionam a capacidade instalada de tratamento das águas residuais, observando regularmente os efeitos diretos da poluição na sua atividade.