No ano em que se comemorou o 49 aniversário do 25 de Abril e se assinala os 137 anos dos massacres de Chicago, nos Estados Unidos da América, de que resultou o assassínio e a prisão de trabalhadores e sindicalistas, milhares de trabalhadores vindos de todo o Distrito, correspondendo ao apelo dos Sindicatos e da União dos Sindicatos de Aveiro/CGTP-IN, concentraram-se, hoje, pelas 15 horas, no Largo da Estação da CP em Aveiro, para participarem na manifestação do Dia Internacional do Trabalhador.
Tratou-se de uma manifestação animada, combativa e com força como comprovam as diversas palavras de ordem gritadas designadamente: “Mais salário melhores pensões!; O custo de vida aumenta o povo não aguenta!; Não podemos aceitar empobrecer a trabalhar!; Para os patrões são milhões, para os salários nem tostões!; Esta legislação laboral só interessa ao capital!; Paz sim, guerra não!; Precariedade não! Estabilidade sim!; 35 horas – para todos sem demoras!; Saúde, Educação e Segurança Social é direito universal!; Público é de todos! Privado é só de alguns!; É inter, é jovem, é Interjovem!; CGTP Unidade sindical!”.
Já na Praça da República, Mário Reis, dirigente da Interjovem, começou por saudar os jovens trabalhadores que saíram hoje à rua para continuar a luta por melhores condições de trabalho e de vida.
Terminou, referindo que muitos jovens com formação superior, capazes de fazer grandes feitos pelo país e pelas empresas, são forçados a emigrar porque se vêm desprezados e desvalorizados pelos sucessivos governos e patronato.
Não é com medidas superficiais e investimentos redundantes que se constrói um país, mas sim com apostas a pensar no futuro e com a visão de que o futuro são os jovens e que, sem eles, Portugal só reforça a sua posição no topo dos países mais envelhecidos do mundo.
Adelino Nunes, Coordenador da União dos Sindicatos de Aveiro, começou por saudar os que em todos os sectores e por todo o país lutam por mais salários, por mais direitos, por mais pensões, que não se resignam e não abdicam de ter uma vida melhor em Portugal.
Neste 1º de Maio, dia de luta, os presentes exigiram respostas aos problemas que se agravam. Exigiram soluções para fazer face ao aumento do custo de vida e da exploração. Isto não se resolve com remendos, com medidas pontuais, com actos avulsos, que podem acudir ao momento, mas perpetuam a situação.
As opções do governo do PS, a ausência de verdadeiras soluções para os problemas dos trabalhadores e do país, servem os interesses do grande capital e os objectivos da direita e da extrema direita.
É assim com a legislação do trabalho que hoje entra em vigor. Por opção do Governo, da maioria absoluta do PS na Assembleia da República e do frete feito ao capital e ao PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega, as normas que passam a vigorar mantêm a caducidade das convenções colectivas, não repõem o princípio do tratamento mais favorável, não reduzem o tempo de trabalho, não combatem a desregulação dos horários e não garantem que cada posto de trabalho permanente é ocupado por um trabalhador com vínculo efectivo.
Terminou, apelando aos trabalhadores, aos jovens, aos reformados e às populações, a juntarem-se à Marcha pelo direito à saúde – mais SNS melhor saúde – que, no próximo dia 20 de Maio, se vão realizar em Lisboa, Porto e Coimbra, em conjunto com muitas outras organizações em defesa e pela melhoria do SNS e do direito à saúde que este garante.
No final, foi aprovada uma Resolução, onde os presentes assumiram o compromisso de intensificar a luta reivindicativa nos seus locais de trabalho tendo por objectivos: O aumento geral e significativo dos salários em pelo menos 10%, com o mínimo de 100€; aumento do Salário Mínimo Nacional para 850 euros, com efeito a 1 de Janeiro de 2023; o aumento das pensões de reforma; a revogação da caducidade, bem como das restantes normas gravosas da legislação laboral; o combate à precariedade; a redução do horário para 35 horas semanais para todos, sem redução de salário, contra a desregulação dos horários, adaptabilidades, bancos de horas e todas as tentativas de generalizar a laboração contínua e o trabalho por turnos; o reforço do investimento nos serviços públicos, nas funções sociais do Estado e na valorização dos trabalhadores da administração pública, para assegurar melhores serviços às populações.