“Este ato simboliza, mostra e destaca uma obra verdadeiramente importante, uma obra relevante e fundamental para a vida das pessoas da nossa comunidade”, disse Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda, hoje, na inauguração das obras de requalificação do Centro de Saúde de Águeda, numa cerimónia que contou com a presença do Ministro da Saúde, Manuel Pizarro.
Esta obra representa mais um investimento “avultado e estratégico” que o Município lidera em prol da criação das melhores condições para a prestação de cuidados de saúde à população do concelho. Jorge Almeida salientou que “todo o investimento que possamos fazer na saúde das pessoas é, sem dúvida, dos que maior retorno poderá vir a ter. Os nossos cidadãos, que recorrem a estes serviços sobretudo naqueles momentos em que estão mais suscetíveis e vulneráveis, merecem-no”.
O presidente da Câmara de Águeda apontou a Saúde como um pilar da governação municipal, que tem sido, reiterou, caracterizada por grandes investimentos, por todo o concelho, desde a “beneficiação das US de Fermentelos, de Recardães e de Macinhata do Vouga”, ou ainda a construção de “duas novas unidades saúde em Aguada de Cima e Travassô”, sem esquecer o Centro de Saúde de Águeda, hoje inaugurado, e as urgências do Hospital de Águeda, que conta com uma grande fatia do financiamento do Município, em cerca de 600 mil euros.
“Nunca como agora se fez tanto investimento no concelho na área da Saúde. Estamos a passar a pente fino todas as unidades de saúde deste nosso vasto território. E vamos também avançar com a US de Barrô e vamos mudar a da Mourisca”, disse ainda.
Lembrando que a intervenção no Centro de Saúde “foi iniciativa integral da Câmara Municipal”, para as quais “foi preciso abdicar de várias outras obras inscritas no Pacto do Centro 2020 para garantirmos aí o financiamento comunitário”, Jorge Almeida frisa que a intervenção foi uma decisão do Município. “As obras nunca nos foram pedidas por ninguém”, mas “quando foi preciso optar, não tivemos dúvidas, pela grande necessidade e pela certeza da falta de qualidade das anteriores instalações, tomámos as rédeas deste processo e colocámos mãos à obra”.
Agora com a obra concluída, o Presidente da Câmara aproveitou a presença do Ministro da Saúde para reforçar o apelo para a dotação de clínicos no concelho. “Precisamos que estas unidades de saúde que a Câmara teima em dotar de ótimas condições, insiste em investir, tenham a componente humana (médicos, enfermeiros e restantes profissionais) absolutamente essencial para prestar estes cuidados”, afirmou.
Descentralização de competências
Jorge Almeida lembrou que, na próxima quinta-feira, será discutido e votado em reunião da Assembleia Municipal, o auto de transferências de competências na área da saúde. Sublinhou que este “foi um documento que discutimos arduamente para que todas as unidades que temos no concelho fossem contempladas e passa por pressupostos e compromissos que assumimos entre nós”.
Salientando que, a exemplo do que acontece noutras áreas da descentralização, “os valores a transferir do Estado Central para os Municípios ficarão sempre aquém do esforço que é solicitado aos municípios”, Jorge Almeida reforçou que os Municípios não assumem competências na área de dotação de pessoal clínico. “Essa responsabilidade continua a ser do Ministério da Saúde”, disse, reiterando o apelo para a fixação de quadros clínicos nas unidades do concelho.
“O concurso recentemente aberto para a colocação de médicos nas US de Águeda é uma demonstração de boa fé, mas, perdoe-me a insistência, Sr. Ministro, precisamos de mais”, declarou.
Manuel Pizarro, ministro da Saúde, aceitou o repto e assumiu que são necessários “mais quatro médicos do que os que temos hoje. Em Águeda, salientou, “estamos melhor do que já estivemos, mas ainda precisamos de mais”. O governante apontou que, a par da falta de recursos humanos, a grande lacuna está na fixação dos profissionais que aqui são colocados.
As instalações de qualidade – a par das remunerações – “ajudam muito” para a fixação destes quadros, disse Manuel Pizarro que teceu um “elogio público àquilo que tem sido a ação da Câmara Municipal de Águeda”, num espírito de “entreajuda entre o poder local e Estado Central”.
Filipe de Almeida, Presidente da Assembleia Municipal de Águeda, declarou a sua satisfação pela conclusão desta obra “de extrema importância” para o concelho. “Reconheçamos que tem sido um enorme esforço desta autarquia e das freguesias em dotar os seus munícipes de tão boas e dignas infraestruturas”.
Obras transformam centro de saúde de Águeda
As obras de remodelação e ampliação do centro de saúde de Águeda, com execução a cargo da Câmara Municipal, comportaram um investimento de 1,6 milhões de euros (acrescidos de IVA), cofinanciados pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional do Programa Operacional da Região Centro 2020, em cerca de 1,18 milhões de euros.
Esta intervenção reflete uma alteração radical das áreas de prestação de cuidados e contemplou a construção de um novo bloco, nas traseiras do atual edifício. Permitiu ainda melhorar a eficiência das instalações e reforçar as condições já existentes, criando-se mais espaços e transformando as divisões por forma a ganhar maior amplitude e condições de mobilidade mais eficientes.
Com uma área de implantação de 1.235 metros quadrados, o edifício do Centro de Saúde de Águeda foi agora ampliado em 372 metros quadrados.
Este era um edifício que apresentava já sinais de alguma degradação, a necessitar de intervenção urgente, sobretudo ao nível de problemas de infiltrações, isolamento térmico e acústico, substituição da cobertura de fibrocimento e remoção do amianto, entre muitas outras questões técnicas que viram agora a sua resolução.
Foram introduzidos novos espaços, nomeadamente gabinetes de psicologia, nutricionista, saúde oral e assistência social, um ginásio terapêutico, uma sala de pessoal, gabinetes de saúde materna e infantil, entre muitos outros.
Por sua vez, o novo volume projetado, a norte, contempla uma garagem e também, a introdução de áreas destinadas a farmácia e armazém avançado, receção/expedição/conferência de inventário e respetiva instalação sanitária de apoio. De modo a unir o existente e esta ampliação, foi criada uma cobertura, formando um alpendre, que dota e qualifica a entrada de consulta em isolamento.
Este renovado Centro de Saúde alberga, ao todo, seis unidades de prestação de cuidados de saúde: Unidade de Saúde familiar do Souto Rio, que entrou em funcionamento no passado mês de julho; Unidade de Cuidados na Comunidade de Águeda – UCC Grei; Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados – URAP Baixo Vouga – Pólo de Águeda; Uidade de Saúde Pública – USP do ACeS Baixo Vouga; equipa comunitária de suporte em cuidados paliativos do Baixo Vouga; e Unidade de Cuidados Continuados Saúde e Apoio Social
De referir ainda que, no decorrer das obras realizadas no Centro de Saúde, tornou-se necessária a descentralização da Unidade de Saúde Familiar Águeda + Saúde, que se encontra neste momento a funcionar na Incubadora Cultural do Parque de Alta Vila, num investimento municipal que representou cerca de 150 mil euros.