No “berliner tagesspiegel” de 1/08/2024 li que o escritor ucraniano Andrei Kurkov considera que os laços culturais entre a Ucrânia e a Rússia estão cortados. “Este laço está completamente destruído, tanto dentro da Ucrânia como, claro, especialmente para os escritores na Rússia”. A literatura ucraniana em língua russa também já não existe. “Os escritores que continuam a escrever em russo na Ucrânia são ignorados ou atacados verbalmente…”
Também em países da União Europeia, como a Alemanha, artistas, escritores e cultura russa passaram a ser discriminados, a não ser que sejam declaradamente contra Putin!
O que o escritor Andrei Kurkov diz deixa antever, nas entrelinhas, a situação.
Quer-se a arte e a cultura ao serviço do sistema para termos cidadãos convencidos e não se encontrarem sós. Este é, porém, um vírus sem identidade nem passaporte que se pode encontrar em estados democráticos e não democráticos. Tudo deve ser feito em benefício do próprio regime até porque a verdade não tem pernas longas e só parece querer chegar até à própria fronteira. Hoje encontra-se muita gente cega que para não ver nem perceber o que se passa prefere falar da estupidez de tempos passados lavando assim a de hoje com a de ontem.
Muitas pessoas serias já não confiam nas suas percepções porque o mundo se tornou tão estranho.
Porém, quanto mais se examina, mais se vê e menos dependente se fica; a informação que nos é oficialmente apresentada não passa muitas vezes de uma realidade pós-factual, já remastigada.
Parte-se do pressuposto que os pensamentos sujos protetores de negócios sujos não fazem mal e que o discurso feiticeiro ajuda!
Há que ter cautela ao nadar-se no rio de muita informação, pretensamente factual, porque há demasiadas bactérias no fluxo de informação.