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    Paulo Freitas do Amaral lança livro sobre fundador do partido socialista do Século XIX 

    O professor de História Paulo Freitas do Amaral e secretário-geral do recente partido “Nova Direita”, irá lançar no dia 5 de outubro, dia da República, um livro biográfico sobre um dos fundadores do Partido Socialista Português no século XIX, intitulado “José Fontana, o ativista” e que nos fala de toda a ação deste livreiro que trabalhava na loja Bertrand do Chiado em Lisboa e que ao mesmo tempo se correspondia com Friedrich Engels e Karl Marx sobre as melhores formas de mobilização do proletariado para a luta pelos seus direitos.

    Paulo Freitas do Amaral refere nas suas declarações que os atuais democratas republicanos deveriam ser herdeiros de um trabalho social realizado pelos ativistas do final do século XIX e do Século XX que criaram coletividades e instituições sociais e educacionais ajudando a população, e que hoje são controladas exclusivamente pelo Partido Comunista Português, em vez de serem património de todos os republicanos democratas.

    Na visão de Paulo Freitas do Amaral, o Dr. Mário Soares além de jurista, era também licenciado em História, quando desempenhou as funções de Secretário Geral do PS e de primeiro-ministro no governo de coligação PS/CDS em 1978, conseguiu criar por decreto governativo e bem, a “Fundação José Fontana” de forma a existir uma ligação e uma herança histórica dos republicanos socialistas que existiram entre 1875 e 1933 aos socialistas do PS atual, criado em 1973 na Alemanha, deixando assim de fora, o PCP como único herdeiro do legado de José Fontana, Azedo Gneco e Nobre França.

    No entanto, a extinção da fundação “José Fontana” em 2008 por José Sócrates, dando origem à Fundação Res Publica,  na visão de Paulo Freitas do Amaral deixou o PCP ainda mais isolado como único herdeiro de uma História que não é só daquele partido mas que é de todos os democratas republicanos. 

    O lançamento do livro “José Fontana – o ativista” será realizado no dia 5 de outubro, na livraria Martins, situada na Av. Guerra Junqueiro em Lisboa, às 17h.

    Sinopse
    José Fontana – O ativista

    Esta obra reúne variada documentação dispersa sobre a vida, obra e legado de José Fontana em prol da classe trabalhadora do século XIX e que esteve na origem do movimento associativo operário e do surgimento da “curta vida” do Partido Socialista Português (1875-1933) .

    José Fontana nasceu e foi criado em Valle di Muggio, um vale escondido do Cantão de Ticino no sul do território suíço, na fronteira atual com a Itália. Era suíço, tendo ido para Portugal quando era ainda muito jovem, estabelecendo-se em Lisboa.

    Como trabalhador da livraria Bertrand situada no Chiado, tornou-se um dos defensores da classe trabalhadora promovendo durante o século XIX, o Socialismo e o Associativismo. Manteve correspondência com Friedrich Engels e Karl Marx.

    Destacou-se no esforço para melhorar as condições de vida e trabalho dos trabalhadores sob as influências ideológicas de Proudhon.

    Em 1872, inspirado pelas ideias de Bakunine, criou os estatutos do “Centro Promotor dos melhoramentos das Classes Laboriosas” e da “Associação Fraternidade Operária”, que liderou o movimento operário em Portugal dando origem ao Partido Socialista Português de que foi o primeiro Secretário-Geral e um dos fundadores. 

    Além de ser um amigo próximo de Antero de Quental, organizou inúmeras ações de esclarecimento do operariado, comícios, greves entre outras atividades mobilizadoras de massas, entre as quais, as mais famosas as “Conferências do Casino”. 

    Escreveu em vários jornais da classe trabalhadora e colaborou frequentemente com os periódicos socialistas “O Pensamento Social” (de 1872 a 1873) e “O Protesto” (de 1875 a 1876). As reuniões da Internacional eram realizadas em sua casa em Lisboa.

    O seu amigo íntimo, Antero de Quental, escreveu: “A Revolução convivia no Cenáculo. Entre aqueles revolucionários utópicos, estava José Fontana, funcionário da Livraria Bertrand, alto e magro, sempre vestido de preto(…)”

    Era sócio-gerente da Livraria Bertrand com apenas 35 anos. Começou a sua carreira como empregado em meados da década de 1860, primeiro como encadernador e depois como caixeiro de livraria.


    A 2 de setembro de 1876, José Fontana cometeu suicídio no seu local de trabalho devido a doença prolongada de tuberculose. 

    Redação
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