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    Plano Estratégico para o Desenvolvimento Económico e Inovação de Águeda traça metas ambiciosas

    O Plano Estratégico para o Desenvolvimento Económico e Inovação de Águeda (PEDEIA) foi apresentado ontem, no Salão Nobre dos Paços do Concelho. Documento, que vai estar a partir de hoje e durante os próximos 20 dias em consulta pública na página da Internet do Município, apresenta propostas e um plano de ação para concretizar até 2026.

    Este plano “ambicioso” objetiva “primeiro, ser uma análise da nossa realidade, para depois destacar um conjunto de ações que definem um relacionamento de proximidade entre o Município e os empresários, sejam industriais ou das áreas do comércio e serviços, que se pretende mais alinhada com o que entendemos que serão os desafios dos novos tempos”, disse Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda.

    Para o Edil, o estabelecimento de uma maior proximidade entre os decisores públicos, as entidades formativas e o tecido empresarial é de “substancial importância”, que resultará na “simplificação de processos” e na criação de “parceiras e sinergias para caminharmos no mesmo sentido” e que culminará no “desenvolvimento harmonioso de todo o nosso território”.

    O documento, que se traduz num novo instrumento de planeamento estratégico, faz o diagnóstico do Concelho e apresenta um conjunto de propostas que têm como objetivo reforçar a capacidade da Autarquia na resposta aos principais desafios identificados, com vista à promoção de um cada vez maior desenvolvimento económico.

    Samuel Vilela, da Caetano 1927, consultora responsável pelo PEDEIA, explicou que o plano apresentado ontem foi elaborado entre setembro e dezembro de 2022 e passou por várias fases, desde a análise de um conjunto de documentos (entre outros, estatísticas de organismos nacionais de referência e documentação estratégica) a inquéritos ao tecido empresarial e industrial do concelho, bem como a realização de “grupos focais” (reuniões presenciais com empresas com perfis adequados para discutir aspetos específicos do estudo).

    Nestes grupos foram abordados três temas concretos: inovação e desenvolvimento; empreendedorismo; e inovação.

    Houve, sublinhou o responsável pelo estudo, “um trabalho de campo em que se realizaram várias entrevistas, não só a empresas representativas dos principais setores económicos do Município mas também às associações empresariais e sindicais e ainda a instituições de formação, designadamente a ESTGA e o Centro de Formação Profissional do IEFP”.

    O PEDEIA encontra-se estruturado em três eixos estratégicos, enquadrados no atual contexto comunitário – Águeda mais Inteligente, Águeda mais Conectada e Águeda mais Verde – e está dividido em três partes – diagnóstico, plano estratégico e proposta de reestruturação dos serviços municipais na área do desenvolvimento económico.

    A primeira parte, que resultou, como referido, “de um processo participado pelo tecido empresarial e pelos principais atores e agentes locais, contém uma compreensão profunda do trajeto percorrido pelo Município, identifica vantagens competitivas, bem como os principais constrangimentos ao desenvolvimento da atividade económica”.

    No estudo apresentado, que caracteriza o tecido económico do concelho, com mais de 5.500 empresas (a esmagadora maioria PME), entre as quais mais de 700 são indústrias transformadoras, quatro são grandes empresas, 131 PME Líder, 45 PME Excelência e 4 empresas “Gazela”, é realçada a dinâmica do comércio externo, com mais de 260 empresas com atividade exportadora.

    A internacionalização, o turismo, a cativação de fundos comunitários, a qualificação dos recursos humanos e o emprego foram também analisados neste plano, que enfatiza “a preponderância da inovação e da tecnologia na competitividade das empresas e a crescente importância da responsabilidade social e ambiental”.

    A partir dos resultados obtidos na fase de diagnóstico, foi elaborado um plano de ação, que propõe a centralização e otimização da prestação de serviços municipais na área do desenvolvimento económico, a partir de medidas que permitam consolidar as relações entre a autarquia e os principais atores e agentes económicos, e que visam o reforço do dinamismo e competitividade do território.

    Promover Águeda enquanto local ideal para o desenvolvimento de projetos empresariais e contribuir para as estratégias de internacionalização das empresas locais; reforçar o atendimento a empresários, empreendedores e potenciais investidores; criar uma marca identificativa do conjunto de serviços e valências do município; reforçar o papel desenvolvido pela autarquia na promoção do empreendedorismo e apoio à criação e desenvolvimento de novos negócios são objetivos estratégicos definidos.

    As muitas ações propostas no estudo incluem a criação do estatuto de Projeto Económico de Interesse Municipal, a reformulação e ampliação da medida “via verde” no acesso aos serviços municipais, a criação de um website multilingue vocacionado para o tecido empresarial, a criação de um Conselho Municipal de Desenvolvimento Económico e organização de um Fórum Económico Municipal (para discussão de temas de interesse do setor) e a criação de uma valência de interface para a intermediação das relações entre empresas e a Academia.

    Propõe ainda elaboração de um Roteiro Municipal para a Neutralidade Carbónica e o desenvolvimento de ações para a igualdade de género e paridade salarial, entre muitos outros aspetos, nomeadamente relacionados com o reforço da intermodalidade e o aumento das opções de mobilidade e transporte dentro do concelho, apontando o premência de ser feito um levantamento mais recente sobre as necessidades de transportes coletivos junto das empresas.

    Como referido, para além de “um retrato da realidade atual do concelho”, este plano apresenta um “conjunto de metas e desafios estratégicos do que o Município de Águeda pretende fazer no futuro”, disse Jorge Almeida, concluindo que tendo o concelho esta “disposição empreendedora que tanto nos caracteriza, é tempo de nos perfilarmos ao lado destes empresários e empresas e adotar uma postura facilitadora e de parceria, para que possamos continuar a crescer e a desenvolver ainda mais o nosso território”.

    Redação
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